Brasil enfrenta desafio do analfabetismo funcional, mas iniciativas educacionais apontam caminhos de transformação
Indicador de Alfabetismo Funcional 2024 revela que apenas 10% da população adulta domina plenamente habilidades de leitura e matemática; programas educacionais oferecem alternativas eficazes
O Brasil ainda convive com um cenário preocupante em relação à alfabetização funcional. De acordo com os dados mais recentes do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), apenas 10% dos brasileiros entre 15 e 64 anos atingem o nível mais alto de letramento, ou seja, conseguem compreender textos complexos e resolver problemas matemáticos com autonomia.
Além disso, 29% da população permanece em condição de analfabetismo funcional, número praticamente estagnado desde 2018. As consequências são sentidas diretamente no mundo do trabalho: sem domínio de leitura, escrita e cálculo, a capacidade de comunicação, análise e produtividade da maioria dos brasileiros é severamente comprometida.
O estudo de 2024 inovou ao incluir pela primeira vez a medição da competência funcional no ambiente digital. Os resultados mostram que 95% dos adultos com baixo letramento enfrentam dificuldades para realizar tarefas simples na internet, como preencher um formulário ou interpretar uma página de site. Mesmo entre os jovens de 15 a 19 anos, 61% não conseguiram simular uma compra pela internet, o que mostra que o uso da tecnologia no dia a dia não significa saber utilizá-la de forma eficiente.
As desigualdades sociais também aparecem nos resultados. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o índice de analfabetismo funcional subiu de 14% para 16% entre 2018 e 2024. A diferença entre grupos raciais também chama atenção: 28% dos brancos estão nessa condição, em comparação com 30% entre pretos e pardos e 47% entre amarelos e indígenas.
Iniciativas modernas mostram que é possível mudar
Apesar dos números desafiadores, iniciativas mostram que é possível reverter esse cenário com métodos bem estruturados. Um exemplo é o trabalho desenvolvido pelo Alicerce Educação, organização que criou uma metodologia própria de ensino com foco em resultados concretos.
O modelo é baseado em avaliação individual e plano de aprendizagem adaptado para cada aluno. A proposta garante que crianças, jovens e adultos aprendam leitura, escrita, matemática, pensamento crítico, habilidades emocionais e digitais. Até agora, a atuação já alcançou mais de cem mil pessoas em mais de 400 polos espalhados por 21 estados do país.
Entre os programas estão centros para a primeira infância, que promovem o desenvolvimento desde os primeiros anos, espaços de reforço escolar no contraturno que aceleram a recuperação da aprendizagem, e formação para o mundo do trabalho que unem conteúdo escolar com capacitação profissional.
Parcerias com empresas ajudam a ampliar o alcance
Os números explicam o problema, mas são as histórias que mostram a transformação. No Alicerce, resultados são vidas mudando todos os dias. Como a do Miguel, de 14 anos, um garoto que, com o apoio do nosso programa, encontrou um ambiente que valoriza o aprendizado, a autonomia e o protagonismo.
O resultado? Conquistou medalhas em olimpíadas acadêmicas nacionais e hoje inspira colegas e educadores com sua trajetória.
Ou a história do José Antônio, trabalhador da construção civil em Maceió. Nascido no interior de Alagoas, nunca teve a chance de estudar, “ou trabalhava ou trabalhava”. Analfabeto até a vida adulta, foi dentro de uma escola implantada em um canteiro de obras, que José entrou pela primeira vez numa sala de aula. Seu objetivo era aprender a escrever o próprio nome. Com apoio dos educadores, dedicação e muito treino, ele alcançou essa meta rapidamente. Hoje, além de assinar o próprio nome, José ultrapassou muitas outras barreiras.
Ele é uma das pessoas que foi transformada a partir do projeto Escola Nota 10, uma iniciativa da construtora MRV com o Alicerce Educação. O programa, que conta com mais de 70 polos educacionais implantados desde janeiro de 2022, já impactou mais de mil colaboradores da empresa com educação de qualidade nos canteiros de obras.
O projeto surgiu com a missão de zerar o analfabetismo nas obras, mas ao longo do tempo foi se expandindo para apoiar em outras demandas educacionais identificadas, como a falta de diplomas por parte dos funcionários da construtora.
Além da MRV, o Alicerce já consolidou parcerias com outras importantes organizações que compartilham o compromisso com a transformação social por meio da educação. Empresas como Ultracargo, Citrosuco, Suvinil, Nubank e Carrefour se somam a esse esforço de reconhecer que o desenvolvimento sustentável do Brasil passa, inevitavelmente, pelo acesso a uma educação de qualidade. Em um país onde a desigualdade educacional ainda é um dos principais obstáculos ao progresso, investir em formação, capacitação e oportunidades de aprendizado é uma estratégia não apenas ética, mas necessária.
Educação como chave para o futuro do país
O retrato apresentado pelo INAF 2024 é claro: o Brasil precisa tratar o letramento como prioridade. Mas os exemplos positivos indicam que há soluções possíveis e com impacto real.
Acreditar no potencial de cada pessoa, oferecer ensino de qualidade e acompanhar o progresso de forma contínua são ações que geram resultado. Quem quiser participar dessa transformação pode apoiar projetos educacionais, financiar bolsas de estudo ou compartilhar a missão de levar educação de verdade para todos.
Mais informações estão disponíveis em www.alicerceedu.com.br.
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